O Papa Bento XVI durante celebração eucarística que abriu oficialmente o Ano da Fé
O Papa Bento XVI abriu
oficialmente o Ano da Fé com uma Santa Missa realizada no Vaticano na
manhã desta quinta-feira, 11. A proposta do Pontífice é que este seja um
tempo de reflexão para que fiéis católicos de todo o mundo possam
redescobrir os valores da sua fé.
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No
dia em que também se comemoram os 50 anos do início do Concílio
Vaticano II, o Papa presidiu a celebração eucarística com a participação
de 400 concelebrantes. Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o
cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, que também
é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Fazendo
memória ao jubileu de ouro do Concílio, um acontecimento que marcou a
vida da Igreja, o Papa explicou que a celebração foi enriquecida com
alguns sinais específicos. A procissão inicial quis lembrar a procissão
dos Padres conciliares, houve a entronização do Evangeliário, que é uma
cópia daquele utilizado durante o Concílio e a entrada das sete
mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica.
“Estes
sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a
possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais
profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II,
para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro
sentido”, disse.
O Papa explicou que o Ano da Fé está em
coerência com todo o caminho da Igreja nos últimos 50 anos, desde o
Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus, Paulo VI até chegar
ao Jubileu do ano 2000, em que o Bem-Aventurado João Paulo II propôs à
humanidade Jesus Cristo como único Salvador.
“Jesus é o centro
da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos
revelou a face de Deus”, enfatizou o Papa. Ele lembrou que, como diz o
Evangelho do dia, Jesus Cristo é o “o verdadeiro e perene sujeito da
evangelização”.
Por que ter um Ano da Fé?
Ainda na homilia, o
Papa Bento XVI explicou que a Igreja proclama um novo Ano da Fé não
para “prestar honras a uma efeméride”, mas sim porque é necessário, mais
ainda do que 50 anos atrás.
Isso porque nos últimos decênios o
Papa lembrou que se tem visto o avanço de uma “desertificação”
espiritual, um vazio que se espalhou. Mas estas situações, de acordo com
o ele, permitem redescobrir a alegria e a importância de crer.
“No
deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a
vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus,
do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita
ou negativamente”.
Dessa forma, Bento XVI explicou que o modo de
representar este Ano da Fé é como uma peregrinação nos desertos do mundo
contemporâneo, em que se deve levar apenas o essencial. “... nem
cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o
Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim
o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio
Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da
Igreja Católica, publicado há 20 anos”.
Concílio Vaticano II
Sobre
o Concílio, Bento XVI destacou que seu objetivo não foi colocar a fé
como tema de um documento específico. No entanto, ele explicou que o
Concílio foi animado pela consciência e pelo desejo de “imergir mais uma
vez no mistério cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente
para o homem contemporâneo”.
O Santo Padre também enfatizou que
numa ocasião como esta de hoje, o mais importante é reavivar na Igreja
aquele desejo ardente que se teve no Concílio de anunciar novamente
Cristo ao homem contemporâneo.
“Mas para que este impulso
interior à nova evangelização não seja só um ideal e não peque de
confusão, é necessário que ele se apóie sobre uma base concreta e
precisa, e esta base são os documentos do Concílio Vaticano II, nos
quais este impulso encontrou a sua expressão”.
fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=287580
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