sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Cuidado com as Palavras.

 

Certa vez, uma jovem foi ter com São Filipe Neri, para confessar seus pecados. Ele já conhecia muito bem uma de suas maiores falhas: não que ela fosse má, mas costumava falar mal dos vizinhos, deduzindo histórias sobre eles. Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo muito mal – sem nenhum proveito para ninguém.
São Filipe lhe disse:
Minha filha, você age mal falando dos outros;
Tenho que lhe passar uma penitência um pouco diferente:
Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá arrancar as penas e ir espalhando-as. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte.
Ela pensou com seus botões que era mesmo uma penitência muito singular! Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu caminhando e arrancando as penas, como ele lhe dissera. Depois, voltou e reportou a São Filipe.
– Minha filha – disse o Santo –, você completou a primeira parte da penitência. Agora vem o resto.
– Sim, o que é, padre?
– Você deverá voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.
– Mas, padre, é impossível! A esta hora, o vento já as espalhou em todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!
– É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair pela boca? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria segui-las e cancelá-las, se desejasse?
– Não, padre.
– Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus vizinhos, feche os lábios. Não espalhe essas plumas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho.
Do livro: O Livro das Virtudes II
O Compasso Moral
William J. Bennet – Ed.Nova Fronteira

fonte: https://presentepravoce.wordpress.com/2008/03/16/cuidado-com-as-palavras/

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