
Assustamos alguém quando lhe dizemos: "Você é santo". Percebemos o
embaraço, porque se julga difícil demais ser santo ou se julga muito
extraordinário, por isso os milagres se esparramam pelo chão.
A
Igreja tomou para si um costume que era do povo, o costume de canonizar
alguém, isto é, declará-lo santo. Para isso exige-se um exame acurado de
sua vida, de sua moral e de sua doutrina. Também exigem-se os milagres
que comprovem sua santidade. Isso porque esse alguém vai ser colocado
para o público como modelo e não pode ter erro de fé e moral.
Há
também santos que são e foram extraordinários. Eles receberam uma missão
especial, como Paulo, Afonso Ligório, Inácio, Francisco de Assis. Mas
também há muitos santos, hoje desconhecidos, que viveram uma vida digna.
A
santidade é uma vocação de todos nós. "Deus nos fez para sermos santos e
imaculados aos seus olhos", nos diz a Bíblia. A santidade consiste não
nos milagres, mas na vida de comunhão com Deus, alcançada no seguimento
de Jesus. Quem vive os valores do Evangelho está com Deus e quem está
com Deus é santo.
O santo vivo é uma pessoa como nós, até com
defeito. Ele porém se esforçou e se esforça para viver em união com Deus
e na caridade com os irmãos. É interessante como o povo vai
identificando aquelas pessoas que são santas.
Não acredito que
precisamos de santos canonizados, precisamos ter o sentido de Deus para
percebermos as pessoas santas que vivem no meio de nós.
Essas
pessoas nos trazem as bênçãos de Deus e enfeitam a Igreja com suas
virtudes mostrando a todos que são felizes nos caminhos de Jesus. Não há
necessidade de milagres e de coisas extraordinárias; basta a fidelidade
a Jesus no dia-a-dia. Pode ser que mais tarde ninguém fale delas, o
importante é que durante suas vidas santificaram a Igreja e agora
possuem a plenitude da vida junto de Deus.
Ao carregar as cruzes
de cada dia, ao cuidar caridosamente dos irmãos, ao ser solidárias com
os que padecem necessidade, essas pessoas nos mostram que é possível
seguir o caminho que Jesus ensinou nos Evangelhos. Mostram que é
possível amar mesmo vivendo num mundo de extrema violência.
Falar
que é fácil ser santo é se esquecer do que disse Jesus: "Quem quiser
ser meu discípulo, tome sua cruz e me siga". Por outro lado, não
precisamos pensar que seja impossível, pois tanta gente consegue fazer
esse caminho e são pessoas humanas como nós. Não nos esqueçamos de que a
graça é Deus que dá; a nós resta apenas sermos fiéis.
Para nós é
interessante valorizar a vida com Deus e essa comunhão que temos com
Deus quando estamos sem pecado e nos esforçamos para sermos bondosos,
misericordiosos como o Pai é bondoso. Valorizar a presença de Deus em
nós e não perder essa graça. Assim podemos dizer em qualquer
circunstância: Se eu acordar amanhã, Deus estará comigo; se eu não
acordar, estarei com Deus.
Texto extraído do Livro: Religião também se aprende
Padre Hélio Libardi (editora Santuário)
fonte: http://jardimdafe.blogspot.com.br/
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